
Pediatras alertam sobre os riscos de fabricação do Slime caseiro
Alguns casos de intoxicação por Slime – uma massinha pegajosa e colorida –, vem gerando muitas dúvidas sobre a segurança do produto, principalmente na produção do Slime caseiro. O problema está nos ingredientes usados para dar a “liga” na massinha.
Para esclarecer o assunto, a Baby Bee Free conversou com a médica, pediatra e neonatologista, Priscila Crocetti, que através de pesquisas junto a outros profissionais da área médica, explicou detalhes sobre o uso do produto e riscos de intoxicação.
Conforme os profissionais, o principal responsável pela intoxicação é o Bórax, também conhecido como borato de sódio ou tetraborato de sódio, um mineral alcalino derivado da mistura de um sal hidratado de sódio e ácido bórico. Facilmente solúvel em água.
Dependendo da maneira e concentração em que é usado, pode ser tóxico e perigoso, como inúmeros outros produtos usados para limpeza, indústria farmacêutica, etc.
Intoxicação
A contaminação e intoxicação ocorrem por via oral e às vezes inalatória, quando o produto é inalado e deglutido no muco nasal. Por via dérmica, só quando a pele apresentar lesões ou feridas. Por isso, é indicado o uso de luvas e máscara para fazer a massinha caseira, pois o Bórax pode causar lesão cáustica.
Duas formas de intoxicação podem ocorrer, a intoxicação aguda, onde a pessoa tem sintomas imediatos durante a exposição a uma quantidade tóxica do produto e a intoxicação crônica, onde a pessoa é exposta ao produto por determinado período de tempo.
Gestantes não devem manipular o produto, pois causa riscos Classe C ao bebê.
Sintomas
O Bórax não é metabolizado pelo organismo, tem eliminação lenta e, dependendo do tempo de uso e da concentração, pode impregnar na mucosa intestinal atingindo níveis críticos, causando dores abdominais, cefaléia, náuseas, vômitos, diarreia e anemia por sangramento intestinal e hemólise.
É importante diferenciar a contaminação. O paciente pode estar assintomático porque ainda não atingiu níveis críticos do Bórax no organismo, ou pode estar intoxicado, quando já apresenta os sintomas e possui níveis elevados.
Níveis elevados
Segundo a Anvisa, 2-3 g de Bórax seria a quantidade tóxica para crianças pequenas e 5-10 g para crianças maiores. Mesmo o uso de água boricada, que contêm a substância em baixas concentrações, não é recomendado pelos profissionais.
Quanto mais bórax ou água boricada adicionada à mistura, mais elasticidade ela tem, porém, mais tóxica ela fica.
Orientações para a segura fabricação caseira
Para a fabricação caseira deve-se lavar as mãos sempre após o uso, nunca colocar as mãos na boca, não manipular o produto se houver qualquer lesão na pele. Crianças nunca devem usar sem supervisão e a utilização deve acontecer somente na concentração segura.
O Slime vendido pronto é seguro com selo do InMetro. Se não houver, você deve se assegurar que o produto contém bórax na concentração correta.
Pediatra Neonatologista, Priscila Crocetti Ravanelli – CRM 17 255 PR
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